PF investiga em SC contrabando e venda ilegal de herbicida associado à doença de Parkinson

Substância proibida desde 2017 no Brasil era trazida clandestinamente da Argentina e comercializada em Santa Catarina. Embalagens do herbicida Paraquat apreen...

PF investiga em SC contrabando e venda ilegal de herbicida associado à doença de Parkinson
PF investiga em SC contrabando e venda ilegal de herbicida associado à doença de Parkinson (Foto: Reprodução)

Substância proibida desde 2017 no Brasil era trazida clandestinamente da Argentina e comercializada em Santa Catarina. Embalagens do herbicida Paraquat apreendidas em Santa Catarina Polícia Federal/Divulgação Policiais federais cumprem nesta quinta-feira (9) três mandados de busca e apreensão em cidades de Santa Catarina contra investigados por um esquema criminoso de contrabando de herbicidas vindos da Argentina contendo o Paraquate, ingrediente ativo proibido no Brasil desde 2017 e que está associado à doença de Parkinson. São três diligências expedidas pela Justiça Federal em imóveis nas cidades de Massaranduba, no Norte, e Dionísio Cerqueira, no Extremo Oeste, cidade na fronteira do Brasil com a Argentina. ✅ Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp A Polícia Federal detalhou que além da entrada ilegal no Brasil, o herbicida, usado para o controle de ervas-daninhas em plantações, é comercializado ilegalmente no Nordeste de Santa Catarina. "A investigação se iniciou em janeiro de 2023, após a prisão em flagrante de um homem de nacionalidade Argentina que transportava grande quantidade de herbicida proveniente daquele país. O produto, contendo a substância proibida, estava destinado à comercialização clandestina no município de Massaranduba/SC e região", detalhou a PF. A corporação não informou o nome dos investigados e nem a relação entre eles. Porém, detalhou que os alvos das buscas devem responder pelos crimes de armazenamento de agrotóxico proibido e associação criminosa, delitos que preveem penas máximas de até nove anos de reclusão. Paraquate apreendido em janeiro de 2023 motivou investigação Polícia Federal/Divulgação Paraquate e doença de Parkinson Após análise de nove anos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu em 2017 pela proibição da comercialização e uso do herbicida 'Paraquate'. Análise de evidências científicas concluiu que o produto está associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson -- condição neurológica degenerativa que leva ao tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio. Segundo relatório do GGTOX, grupo de trabalho de toxicidade da Anvisa, o produto tem qualificação toxicológica I, considerado extremante tóxico. A agência começou a analisar o produto em 2008. De acordo com a análise das evidências científicas, o grupo considerou haver peso suficiente para comprovar o potencial do herbicida de induzir aberrações cromossômicas em células somáticas in vitro e in vivo, em diferentes espécies, e por diferentes vias de exposição, inclusive dérmica. As evidências mais consistentes foram relacionadas à doença de Parkinson, o que levou o relatório da Anvisa a concluir que: “Há um peso de evidência forte em estudos em animais e epidemiológicos indicando que o Paraquate está associado ao desencadeamento da doença de Parkinson em humanos". A agência diz, no entanto, que as evidências apontam para o risco do Paraquate em trabalhadores que entram em contato diretamente com o produto. Não há evidências apresentadas que o herbicida deixe resíduo nos alimentos. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Reveja os VÍDEOS mais assistidos do G1 SC

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